Marketing de influência

 

A Moda é um reflexo cultural e conceptual de um estilo de vida, que perdura num determinado tempo e espaço. Por isso, fomos falar sobre “o futuro da influência” bem no cérebro de quem faz moda. A 3ª edição do Meet The Maker decorreu na agência de sourcing OSDM.

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No passado sábado reunimos com o Ludovic Freitas, especialista em marketing digital, a Maria Guedes do blog @stylista; a influencer @Driziinha e o fundador do OSDM José Cardoso para falar sobre o Futuro da Influência. As perguntas foram muitas, mas a verdade é que a conversa de 3 horas passou a voar e muito mais poderia ter sido dito.

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O Ludovic começou por explicar que se inicialmente o marketing de influência até parecia “exótico”, proibindo a entrada das influencers nas runways internacionais, hoje vivemos na Era adulta da influência. O tema tornou-se tão explorado, ao ponto de a compra de audiência fazer perder credibilidade e autenticidade. Por isso, o grande desafio das marcas, passa por construir / conquistar uma influência qualitativa, em vez da quantitativa. O segredo está em as marcas conseguirem captar talento e não audiência, porque “audiência não significa influência”.

Fizemos um questionário online e 90% das influencers inquiridas afirmaram usar o instagram como meio primordial. O sucesso do instagram deve-se à comunicação visual, mas o peso que o nr de followers tem para uma marca / influencer, acaba por criar muita pressão. Desta forma, o novo design do instagram considera dar menos importância ao nr de followers e likes, concentrando-se mais no perfil. Claramente na procura de uma versão melhorada para sermos mais “humanos“.

Na procura de uma relação mais genuína e qualitativa, a abordagem é fundamental. A Maria Guedes referiu que prefere falar diretamente com o diretor criativo ou comercial, pois muitas vezes a ideia é passada erradamente pela agência. Já a Driziinha afirma a importância da liberdade, “muitas vezes as marcas impõe briefings que não têm nada a ver com o nosso perfil e simplesmente sabemos que não vai funcionar… Há marcas que já quiserem mudar o meu texto, as minhas palavras, impôr um tom de voz que não é o meu”.

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Nós perguntamos: “Como te vês: Influencer ou creator?” A maioria respondeu “creator”. O Ludovic reforçou a importância das marcas fazerem o briefing com a Influencer, permitindo criar uma ligação e alinhar a mensagem certa. “Se querem impôr um conteúdo, paguem publicidade numa revista, não contratem uma influencer, porque o que faz dela uma influencer é a sua visão. É o seu poder criativo que a torna uma influenciadora”.

A Maria e a Drizinha claramente já não são influencers 1.0. Lembram-se deste artigo? As suas apostas são em projetos a longo prazo, com avenças fixas ou valores pontuais (mediante o projeto), por isso reforçaram que as agências não as podem ver como um número. Já o Ludovic reforçou que é fundamental as marcas analisarem a qualidade da audiência e definirem um objetivo no casting. Destacou 3 tipos de influencers: as “grandes influencers” vão criar imagem e posicionamento, as “influencers médias” vão passar a palavra e as micro-influencers vão gerar vendas. Por isso, a escolha da influencer depende muito do objetivo.

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Ao longo da conversa muito foi dito e o José trouxe uma nova perspectiva. O digital veio criar liberdade e a liberdade trouxe-nos proximidade. Assim, é fundamental entendermos que a influência é um diálogo bilateral. “As influencers são as comerciais da empresa”. A longo prazo precisamos de falar com as influencers para entendermos o rumo das coleções e fazermos melhorias no produto. Precisamos de lhes dar voz, porque elas falam com o nosso cliente final.

Numa Era em que ser influencer é sinónimo de “marca homónima”, ser influencer 4.0 nem sempre significa colar a marca à sua imagem. No final abrimos as perguntas ao publico e surgiu uma pergunta bem curiosa: “Qual a melhor forma de gerir a relação com uma influencer, quando ela cria a sua própria marca?” e a Maria respondeu: “Há influencers que criam marcas e marcas que viram influencers”, foi aí que falamos sobre as love brands, a Driziinha reforçou que compra peças que poderiam ser oferecidas, mas faz questão de comprar porque gosta genuinamente da marca. Já Ludovic afirmou que a tendência mostra que “A marca e o criador estão a criar uma fusão.” Apesar de ser fundamental criar um discurso direto com o cliente final e as influencers ganham pontos na identificação do "objeto desejo”, o consumidor quando compra, compra porque gosta do produto, o produto tem de falar por si. A Maria exclamou: “Nem tive tempo de oferecer produtos, as pessoas compraram… Adoro quando vejo alguém na rua com as minhas coisas”. Ou seja, o produto deve viver por si. Este tema levantou muita curiosidade, devemos ou não desconectar a nossa marca do seu fundador?

Muitas perguntas ficaram por responder :) Talvez num próximo Meet!

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Só nos resta agradecer aos entusiastas oradores, ao publico fiel e em especial ao José e a toda a sua equipa, por nos terem acolhido tão bem. Até breve!

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meetthemakerJoana Campos Silva